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Mais Humano do que Nunca: Por Que a Era da Inteligência Artificial Exige Experiência, Curiosidade e Perguntas Poderosas

  • Foto do escritor: Leandro Waldvogel
    Leandro Waldvogel
  • 30 de jan.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 2 de abr.


Toda resposta importante começa com uma boa pergunta
Toda resposta importante começa com uma boa pergunta

Toda boa resposta começa com uma pergunta poderosa.

Uma das minhas memórias mais vívidas da infância é a de passar horas observando os aviões que decolavam e pousavam ali perto de casa. Aquelas máquinas enormes, cortando os céus, despertavam em mim uma curiosidade insaciável. E eu não hesitava em bombardear os adultos com perguntas:"Para onde vão todos esses aviões?","Como eles conseguem voar tão alto, mesmo sendo tão pesados?","Será que os pilotos conversam com as nuvens?"

Lembro-me também da minha insistência por respostas. Um simples “não sei” nunca era suficiente."Mas por que você acha que os aviões voam?", eu retrucava. "Inventa alguma coisa!"

Eu queria entender. Queria desvendar os mistérios por trás daquele espetáculo aéreo. Na época, não entendia se aquilo era um elogio ou uma crítica velada à minha persistência — talvez um pouco dos dois. Mas o que eu não imaginava é que essa característica tão trivial da infância se tornaria, décadas depois, um dos meus maiores trunfos na era da inteligência artificial.

A revolução silenciosa no trabalho

Vivemos um momento de transformação radical no mercado de trabalho. A evolução acelerada das inteligências artificiais (IAs) está mudando o perfil do profissional valorizado, e a antiga fórmula “especialização + juventude = sucesso” já não é mais uma verdade absoluta.

Um estudo da Universidade de Oxford de 2013 estimava que 47% dos empregos nos EUA corriam risco de automação nas próximas duas décadas. Hoje, esse número soa até conservador, diante da velocidade dos avanços que temos presenciado — especialmente nos últimos dois anos.

Não importa onde você esteja — Brasil, Estados Unidos, Europa ou Ásia — as IAs já estão entre nós.A pergunta não é mais se elas vão impactar o mercado. A pergunta é:Como podemos nos adaptar a essa nova realidade?

Mais repertório, menos automatismo

As IAs já superam os humanos em inúmeras tarefas que exigiam alta especialização: processam dados, analisam padrões, escrevem textos, compõem músicas, geram imagens, produzem códigos. Tudo isso com uma velocidade e precisão impressionantes.

Nesse cenário, a mera repetição de conhecimento técnico perde espaço.O que surge como nova vantagem competitiva é a capacidade de fazer as perguntas certas.

E é aqui que a experiência humana se revela valiosa. Profissionais mais maduros, com repertório amplo e visão holística do mundo, possuem uma vantagem clara na era da IA: eles sabem enxergar o que está por trás da pergunta. Sabem articular contextos complexos. E sabem — com sensibilidade e inteligência — direcionar as IAs para respostas realmente inovadoras.

“Um problema bem formulado é meio problema resolvido.”— John Dewey

A arte dos prompts e o diferencial humano

Não se trata de idade cronológica. Há pessoas jovens com pensamento rígido e aversão ao novo. E há pessoas com décadas de vida, mas que seguem mentalmente ágeis, curiosas, abertas. Essas últimas serão as protagonistas dessa nova era.

O profissional do futuro é aquele que:

  • Cultiva um olhar atento e uma escuta apurada;

  • Lê nas entrelinhas;

  • Percebe as nuances do comportamento humano;

  • Conecta áreas diversas do conhecimento;

  • E, acima de tudo, sabe fazer boas perguntas.

Fazer as perguntas certas — ou, no vocabulário da IA, criar bons prompts — é uma arte que exige repertório, clareza, sensibilidade e visão sistêmica.

"Toda boa pergunta já traz em si mesma a semente da resposta,mas nenhuma resposta nasce sem a pergunta."

Essa é a chave: quem souber perguntar, saberá liderar o uso da IA — em qualquer área.

IA como extensão da experiência humana

Foi minha curiosidade inata, somada à minha trajetória heterodoxa, que me conduziu quase organicamente ao fascinante universo das inteligências artificiais. Hoje, além de atuar como consultor, palestrante e tarólogo, dedico-me à criação de chatbots com personalidade, com agência, capazes de dialogar de forma natural e gerar insights valiosos.

E isso não está isolado numa caixinha tecnológica. Está presente em tudo o que faço:

  • Nas leituras de Tarô, com insights potencializados por IA;

  • Nas palestras e workshops, onde conecto storytelling e algoritmos;

  • Na consultoria a empresas que buscam inovação real.

A colaboração com a IA tornou-se uma ferramenta estratégica e criativa em todas as frentes do meu trabalho.

Conectar os pontos: a curiosidade como bússola

“Você não consegue conectar os pontos olhando para frente;só consegue conectá-los olhando para trás.”— Steve Jobs

Jobs falava de como um curso de caligrafia, feito por puro interesse, acabou moldando as belas tipografias do Macintosh. Eu entendo bem isso.O que parecia disperso no passado, de repente, faz todo sentido.

Hoje, vejo claramente como minha curiosidade infantil, minha paixão por narrativas, minha jornada múltipla e minha recusa ao óbvio me prepararam — sem que eu soubesse — para este exato momento.O momento em que a verdadeira vantagem competitiva não está mais na especialização técnica isolada, mas na capacidade humana de formular as perguntas certas.

Conclusão: mais humano do que nunca

A era da colaboração entre humanos e IAs já começou.E ela exige um novo tipo de profissional:Mais experiente.Mais reflexivo.Mais curioso.E, acima de tudo, mais humano.

Se esse tema te instigou, compartilhe com alguém que também está repensando sua atuação profissional.E continue acompanhando o blog para mais reflexões sobre IA, criatividade e o futuro do trabalho.

 

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