IA Sabe Fazer (Quase) Tudo. Quem Vai Dizer a Ela o Que Fazer? - Inteligência Artificial no trabalho
- Leandro Waldvogel
- 4 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de abr.

Por que Liderança Criativa, Curiosidade e Visão de Futuro são seus maiores trunfos na era da IA
Introdução
"Chega de espernear." A Inteligência Artificial não é mais uma previsão, é a nossa realidade operacional. E sejamos honestos: ela mexe com um nervo exposto, especialmente para aqueles de nós – os criativos, os qualificados, os que trabalham com ideias – que até pouco tempo atrás nos sentíamos relativamente seguros em nossos escritórios.
Acreditávamos que nossa capacidade de criar, analisar e comunicar era um escudo intransponível contra a automação.
E confesso: embora eu viesse observando e falando sobre a valorização das habilidades humanas e a mudança no mundo do trabalho há anos (desde textos como este de 2018), nem eu imaginava a velocidade estonteante com que a IA generativa catalisaria essa transformação em profissões que pareciam tão intrinsecamente "humanas".
A verdade incômoda chegou: a IA generativa aprendeu a fazer muito do trabalho que considerávamos exclusivo nosso — e com um sucesso surpreendente. Textos, imagens, códigos, análises... a máquina executa.
A Resposta Não é Resistir, é Liderar
A questão fundamental não é mais sobre proteger o status quo ou lamentar as habilidades que a máquina aprendeu. É sobre encontrar nosso novo lugar de poder e valor: a liderança do processo criativo e inovador.
A IA é uma executora extraordinária, uma pesquisadora incansável, uma colaboradora potente. Mas ela precisa de direção.
Quem aponta esse caminho? Quem formula a pergunta essencial? Quem define o "o quê" e o "porquê" antes que a IA possa entrar com o "como"?
O Novo Valor: Inventar o Amanhã, Não Apenas Executar o Hoje - Inteligência Artificial no trabalho
Aqui está a mudança crucial de mentalidade: o maior valor não reside mais apenas em executar tarefas complexas ou criativas, mas em conceber, propor e direcionar o que precisa ser feito.
Liderar, hoje, é:
Observar profundamente: captar não só o óbvio, mas as entrelinhas — as dores não ditas, as oportunidades escondidas.
Ser insaciavelmente curioso: fazer perguntas do tipo “E se?” e “Por que não?”
Formular visões e hipóteses: transformar curiosidade e observação em cenários, soluções, caminhos.
É essa capacidade de definir a agenda, de ser o arquiteto da próxima jogada, que nos torna insubstituíveis. Depois que a visão está clara, aí sim a Inteligência Artificial no trabalho entra como aliada na execução. Mas a centelha inicial ainda é humana.
💊 Farmacêutico: do vendedor técnico ao estrategista de relacionamento.
🏦 Bancário: do analista de produto ao conselheiro financeiro personalizado.
🛍️ Varejo: do comprador reativo ao curador de identidade e experiência.
Em todos os casos, a execução é otimizada pela IA — mas a liderança estratégica continua sendo humana.
A Criatividade que Lidera (e o Storytelling que Comunica)
A criatividade mais valorizada agora é a criatividade estratégica: a que conecta pontos, propõe caminhos e formula boas perguntas. E isso exige storytelling.
A narrativa é a ferramenta que articula essa visão de forma clara e inspiradora — tanto para outros humanos quanto para a IA.
Um Território Inexplorado de Oportunidades
Essa mudança pode assustar, sim. Mas ela também abre um novo território de valor.
Se mais pessoas puderem se dedicar a observar, ter ideias e desenhar o novo — porque a IA cuida da execução — o potencial de progresso é gigantesco. Mas isso exige postura ativa, curiosidade profunda e liderança criativa.
Conclusão: Seu Futuro Está na Sua Capacidade de Liderar a IA (e a Si Mesmo)
A IA sabe fazer (quase) tudo o que pedimos. Mas quem vai saber o que pedir?
Seu valor não desapareceu. Ele apenas migrou: da execução para a visão, da tarefa para a estratégia, da resposta para a pergunta poderosa.
Como você está se preparando para ser o líder criativo que define o próximo passo — e não só executa o último?
💡 Se quiser apoio nesse processo, conheça a palestra IA e Inteligência Humana: A Nova Equação da Criatividade e Liderança no Trabalho. Ela foi desenhada exatamente pra isso.
Leandro Waldvogel é consultor em Inovação e Inteligência Artificial, especialista em Storytelling e ex-executivo da Disney. Criador do projeto Fabula Hominis, ajuda empresas e pessoas a entenderem, navegarem e aproveitarem a nova realidade onde humanos e máquinas constroem juntos os próximos capítulos da história.
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